quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Ordem social e controlo social

2. Mostra com dois exemplos do teu quotidiano que “todos nós tanto desrespeitamos regras como as seguimos, assim como também todos somos criadores de regras”.
 -Uma das regras que muita gente não cumpre é a de atravessar uma passadeira apenas quando o sinal está verde, que mesmo estando vermelho, as pessoas passam como não estivesse lá um semáforo.
-Outra regra que não seguimos é a parar num sinal de stop quando se circula de carro, que muita gente ignora completamente.

4. Mostra que indivíduos habitualmente conformistas, podem assumir comportamentos tidos por desviantes em situações extremas.
-Normalmente indivíduos conformistas aceitam vários comportamentos tidos por terceiros, situações criadas por terceiros ou regras impostas quando por vezes não concordam com elas. Como no exemplo dado pelo professor de sociologia, Jodie Foster no filme “Estranha em mim” era um cidadã conformista, entre outras características, que quando o seu namorado foi assassinado ao saber que a justiça não seria feita resolveu ser ela mesma a faze-la, deixando assim se der uma pessoa conformista e foi levada a ter um comportamento desviante nesta situação extrema.

6. Comenta a importância relativa dos grupos apresentados no controlo social em meios rurais relativamente aos centros urbanos. 
-No espaço rural dá-se mais importancia à igreja por isso o estado não terá um papel tão importante como nos centros urbanos. Já em relação à família dá-se a mesma importancia independentemente do sitio onde vivemos, a marginalidade à uma maior percentagem na cidade. E em relação à comunidade dá-se mais importancia na cidade, porque no meio rural todos se conhecem e há um mais à vontade ao contrário da cidade que somos todos desconhecidos e há que manter uma certa imagem/aparencia.

7. Comenta a violência do controlo social em MATRIX.
-Matrix é como se fosse um servidor de computador, um mundo virtual em que a pessoa "controla a sua vida apenas com a imaginação" e onde é possível voar e tele-transportação através de uma chamada telefónica. Nesse mundo a violência seria muito fácil, se imaginasse-mos conseguiria-mos, apenas com a imaginação.


8. Dá dois exemplos de:
a) Sanções físicas positivas-
Prisões, residência vigiada

b) Sanções físicas negativas- Execução de membros ( por exemplo num gangue), banimento

c) Sanções económicas positivas- indemnização de prejuízos, proibição do comércio

d) Sanções económicas negativas- multas, congelamento de contas bancárias

e) Sanções religiosas positivas- penitencia, excomunhão

f) Sanções religiosas negativas- perda dos méritos, ameaça da condenação eterna e da não-ressurreição

g) Sanções formais- pena de prisão ordenada por uma autoridade da Justiça, sanções externas impostas pelo governo para impedir o estabelecimento do caos ou anomia na sociedade

h) Sanções informais- Um nariz partido, fracturas nas costelas e ferimentos faciais, internalização dos valores e normas através de um processo conhecido como socialização

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Papel social e Estatuto social em acção

1. "Identificar o aluno com o aprendente é impedi-lo de pensar o papel que os adultos lhe atribuem e o modo como o estudante vive esse papel; é esquecer que o "ofício" de aluno é consignado às crianças e aos adolescentes como um ofício "estatutário", do mesmo modo que um adulto é mobilizado pelo Estado para se apresentar perante o júri, ou para ingressar no exército.Juridicamente, o trabalho escolar está mais próximo dos trabalhos forçados que de uma profissão livremente escolhida. Uma fracção dos alunos faz da necessidade virtude e realiza, sem dificuldade, o seu percurso escolar; outros resistem abertamente e desencadeiam a fúria dos que lhe "querem bem"; outros, ainda, fingem aderir às regras do jogo".
Philippe Perrenoud, Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar

a) Confirma a tese do ofício "estatutário" de aluno consultando os artº 90º e 91º (p. 55) do Regulamento Interno. * Backup
-De inicio, é esperado que cada aluno cumpra os seus deveres e tenha direito aos seus direitos, embora grande parte deles apenas respeite dos direitos, não cumprindo os seus deveres (ser assiduo e pontual, respeitar os professores, colegas etc...) e nada lhes é imposto em muitos desses casos, referindo também o seu maior dever que é o estudo, para garantir o seu futuro académico e social.
b) Explica porque uma fracção dos jovens “fingem aderir às regras do jogo”, utilizando a metáfora do ofício e os conceitos sociológicos apropriados. -Existem diferentes tipos de alunos, os que cumprem os seus deveres (bons alunos) que estudam, chegam a horas ás aulas, etc... há os alunos intermédios, que apenas cumprem uma parte, podem chegar a horas, ir ás aulas, mas que não estudam o que é esperado e tiram notas não tão boas, e existem por ultimo os maus alunos, que não cumprem a maior parte dos seus deveres.
c) Identifica três grupos sociais no texto e classifica-os quanto ao conteúdo, amplitude e duração utilizando a classificação de GURVITCH.

2. No início da entrevista de François Dubet (primeiras 5 linhas) este sociólogo francês refere como motivo para ter experimentado ser professor, a sua desconfiança relativamente a “um tipo de encenação um pouco dramática” que os professores fazem do seu trabalho.
Comenta esta encenação utilizando conceitos sociológicos.
-François Dubet ao afirmar que os professores fazem uma “encenação um pouco dramática” da sua profissão quer dizer que através da incompetência e a má qualidade de trabalho por parte dos professores tornam um trabalho que através da cooperação com a turma poderia ser bom e simples em algo desastroso. Desta forma os professores afirmam haver uma  impossibilidade de trabalhar devido aos alunos não quererem progredir e culpando apenas os alunos pelo mau desempenho e se desta forma conseguirem ensinar (ao difamar, de certa forma, os alunos) com estes alunos então se tivessem “melhores” alunos tudo correria muito melhor.


3. "No final das contas, achei que a descrição que os professores entrevistados faziam na pesquisa era bastante correcta.Realmente, a relação escolar é a priori desregulada. Cada vez que se entra na sala, é preciso reconstruir a relação: com este tipo de alunos, ela nunca se torna rotina. É cansativa, cada vez, é preciso lembrar as regras do jogo; cada vez, é preciso reinteressá-los, cada vez, é preciso ameaçar, cada vez, é preciso recompensar (...)"
Entrevista de François Dubet (pouco antes do meio)
Comenta a multiplicidade de papéis desempenhados por Dubet (investigador e professor) do ponto de vista:
a) do necessário distanciamento que a Sociologia exige ao investigador;-É necessário um certo distanciamento, para um estudo mais amplo da realidade em causa, o que se pode revelar um obstaculo a Dubet.
b) da necessidade que o investigador tem de compreensão da realidade para melhor a explicar.-Dubet tem facilidade de explicar esta realidade, pois é professor desta matéria.

4. "Talvez eu pudesse dizer que sentia dificuldade [em ensinar semstress] porque meu status social me permitia dizê-lo sem ter o sentimento de vergonha. Pode ser mais duro para um professor iniciante".
Entrevista de François Dubet
Explicita o conceito de estatuto adquirido, comentando Dubet.
-“Ao desempenho desses papéis, consequência de sucessivas acções desenvolvidas pelos indivíduos corresponde o estatuto adquirido”
(Blog de sociologia)

Tal como François Dubet diz, para um professor que já tem esse estatuto adquirido devido a sucessivas acções feitas pelo individuo é mais fácil leccionar, tem sempre o seu estatuto. Ao contrario de um professor iniciante que ainda não lhe foi atribuído estatuto, mas com o tempo pode-lhe ser adquirido um. 

*5. O estatuto social codifica padrões de comportamento.
a) Indica cinco padrões de comportamento associados aos bons alunos, partindo da amostra do livro Ser Bom Aluno, ‘Bora Lá?-Tirar duvidas quando necessário; Estar atento no decurso da aula; Tirar apontamentos; Estudar frequentemente; Empenhar-se na realização das tarefas.

b) Indica cinco comportamentos esperados de um bom professor, utilizando os testemunhos recolhidos por FELOUZIS.
-Ajudar os alunos, tanto os que compreendem quanto os que não compreendem; falar com clareza; fazer respeitar-se; explicar sem levantar a voz; Imponha as suas leis de inicio.

*6. Distingue as representações sociais do bom professor das expectativas do bom professor.
-Segundo o questionário FELOUZIS as pessoas querem que um professor seja autoritário, que explique com clareza, tenha amor e seja simpático, tenha vários conhecimentos e cultura e que tenha um espirito aberto (são as 5 qualidades mais votadas). Já as representações sociais é algo que não varia assim tanto, “é necessário que saiba fazer-se respeitar”, são conhecimentos e ideias do senso comum, mas a mais importante diferença entre os dois é a de que as expectativas é algo que um professor deve ( e é uma grande quantidade de características)  ter e é algo que cada pessoa quer do professor não é só uma lista de coisas que o professor deve fazer.

7. "(...) os professores mais eficientes são em geral aqueles que acreditam que os alunos podem progredir, aqueles que têm confiança nos alunos. Os mais eficientes são também professores que vêem os alunos como eles são e não como eles deveriam ser".
Final da Entrevista de François Dubet
Relacionando a argumentação de Dubet com a de Mollo, asocialização por antecipação será uma (1) decisão individual ou uma (2) resultante da interacção social? Justifica.
-Cada aluno devia dar o seu melhor na realização das tarefas escolares mas, muitos dos que estudam, se tiram notas mais baixas do que esperavam, ficam tristes consigo mesmos e muitas das vezes os pais ajudam nesse sentimento de culpa, pois não apoiam os filhos como era esperado, mas muitas vezes rebaixam-nos ainda mais, dizendo "devias ter estudado mais!" ou quando tiram boas notas "Essa é a tua obrigação!".

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Interacção social – O modelo dramatúrgico

1. Partindo da metáfora teatral, constrói os seguintes conceitos da sociologia goffmaniana:
a) representação;
transmissão de um comportamento fictício à sociedade (comportamento encenado, que não é real)
b) personagem;
pessoa "encenada"
c) actor;
pessoa "real"
d) cena;
 Espaço onde é apresentada a interação
e) máscara; 
personalidade encenada/que não corresponde á realidade
f) papel;
imagem e comportamento que o sujeito deseja transmitir ao público
g) fachada;
são situações sociais ou encontros em que os indivíduos desempenham papéis formais – são “actores em cena”
h) cenário/palco;
espaço no qual decorre a cena
i) bastidores:
são onde armazenamos os adereços e os indivíduos se preparam para a interacção em contextos mais formais


2. Em Goffman abunda o espaço cénico, mas é menosprezado o tempo histórico das interacções:
Incorporando o espaço amplamente em sua reflexão teórica sobre as interações, o autor abre a possibilidade de questionarmos a abrangência teórica de sua abordagem. Suas concepções seriam aplicáveis apenas ao "nosso mundo urbano secular" (Goffman, [1956] 1967, p. 47)? Mas o que dizer dos dados etnográficos provindos de contextos sócio-históricos diferenciados, não apenas ocidentais? http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092008000300014

Aponta motivos para a Sociologia sentir necessidade de construir outros instrumentos conceptuais que expliquem os factos sociais. 

-Goffman ofereceu à sociologia uma abordagem teórica do espaço físico (o que para uns é o espaço essencialmente de um construto social, tributário de interações sociais e de representações coletivas. E que para outros, associa-se mais a um ambiente físico marcado por dinâmicas de seleção, de distribuição e de acomodação, que "afetam" as relações dos seres humanos com o espaço e com o tempo: uma variável ecológica). O espaço físico coexiste em reflexão com o espaço abstrato que é concebido como cenário físico ou condicionante físico de interações. Desta forma é percetível que Goffman ofereceu à sociologia uma interpretação alternativa do papel do espaço físico nas relações sociais, Goffman escapa às concepções de construto social, de variável ecológica e de mediação de práticas sociais por uma via que cabe, ao final da análise, apresentar.

3. No quotidiano, nas interacções de face-a-face, o nosso corpo desempenha um papel crucial na forma como nos relacionamos com os outros. Um palco com, importância especial para cuidarmos do corpo é o consultório.

Como «regulador» da interacção [na consulta médica] há conjuntos de regras sociais, ou rituais, que são seguidos pelos indivíduos e que por eles foram interiorizados, a maior parte das vezes sem terem disso consciência. E porque todos os indivíduos representam em diferentes palcos durante a sua vida, desempenhando em cada palco diferentes papéis, somos orientados por diferentes regras que nos dizem como devemos actuar conforme as diferentes situações sociais em que nos situamos, segundo o nosso género, idade, cultura, profissão, etc.
Mas esta afirmação faz então prever que os actores que se encontram em palco «falam» a mesma linguagem,senão seria uma representação do absurdo, dononsense, não se poderia chamar a esse encontro uma interacção.
A consulta médica e as estratégias de negociação de um corpo saudável

Justifica porque se afirma que «gostar e ter confiança no seu médico equivale a meia cura».


 -Gostar e ter confiança no seu médico equivale “a meia cura” devido á sua relação e á confiança que estes têm os permitir de comunicar de uma forma “mais solta” e contar coisas que, se o paciente não gostasse do médico, provavelmente não iria dizer.
-Por outro lado poderá fazer-se referência á “cura psicológica” que muitas vezes ajuda a pessoa a sentir-se melhor.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Interacção social - A desatenção civil

1. “Os brancos no sul dos Estados Unidos eram conhecidos no passado por fixar o olhar nos negros em ambientes públicos, reflectindo uma rejeição dos direitos dos negros de participarem de certas formas ortodoxas da interacção quotidiana com brancos”. (Goffman)
Refere a importância da desatenção civil para que cada um consiga fazer a sua vida.

-"A desatenção civil é o tipo mais básico de compromissos face-a-face envolvidos nos encontros com estranhos da modernidade. Ela envolve não apenas o uso do rosto, mas o emprego subtil da postura e posicionamento corporais que transmitem a mensagem: "você pode confiar que estou sem intenções hostis" — na rua, edifícios públicos, comboio ou autocarro, ou em reuniões cerimoniais, festas ou outras ocasiões. A desatenção civil é confiança como "ruído de fundo" — não como uma colecção fortuita de sons, mas como ritmos sociais cuidadosamente comedidos e controlados.
  A desatenção civil é o processo pelo qual indivíduos que estão no mesmo contexto físico de interacção demonstram ter consciência da presença de outros, sem que sejam ameaçadores ou excessivamente atenciosos."
(Copiado do blog de sociologia)

Para que todos possam fazer a sua vida de forma calma é necessário que todos se aceitem, e que ao passarmos por outras pessoas os aceitemos, e que passemos sem fixar e sem fazer qualquer tipo de barulho ameaçador ou lançar qualquer tipo de olhar. Quando uma pessoa passa por outra que seja estranha para ela é normal que essa pessoa desvie o olhar. Para podermos ler, almoçar, passear, etc. precisamos que a generalidade das pessoas ignore a nossa presença (desatenção civil).

2. Distingue a interaçãofocalizada da não focalizada e apresenta alguns exemplos.

- A interação desfocalizada tem lugar sempre que, num dado contexto os indivíduos mostrem ter consciência mútua da presença dos outros. Isto acontece habitualmente quando um grande número de pessoas se reúne, seja numa avenida movimentada, num teatro sobrelotado ou numa festa. Quando indivíduos estão na presença uns dos outros, mesmo que não falem entre si, mantêm uma constante comunicação não verbal, através da sua postura corporal, facial e gestual enquanto que a interação focalizada ocorre quando os indivíduos prestam uma atenção direta ao que o outro diz ou faz. Goffman chamaencontro à unidade de interação focalizada. Grande parte da nossa vida quotidiana consiste em encontros com outros indivíduos – familiares, amigos e colegas.


3. Refere a importância do corpo:
a) num contexto normal (de norma) de interacção, explicitando o conceito de estigma (*);
-Estigma social é uma forte desaprovação de características ou crenças pessoais que vão contra normas culturais. Estigmas sociais frequentemente levam à marginalização.
Por vezes através do corpo, através de sinais corporais podemos transmitir sinais violência, ou sinais de algo extraordinário. Esses sinais antigamente podiam ser transmitidos através de marcas no corpo ou peças de roupa.


b) imaginando um contexto de speed dating. (**)
-Num contexto de speed dating é importante o nosso corpo, a impressão com que a outra pessoa fica de nós. Se estamos mal apresentados, não estamos no ideal de beleza dessa pessoa então seremos excluídos, mas se tivermos no ideal de beleza da pessoal possivelmente seremos escolhidos.

4. Justifica a diferença quando se encontram no elevador estranhos vs. amigos.
-Se uma pessoa quando entra num elevador se encontrar com um amigo, poderá ficar animado, e ir falando com ele e olhando para esse amigo, enquanto que se uma pessoa entrar num elevador onde esteja um estranho, essa pessoa poderá apenas "cumprimentar" (com bom dia por exemplo) e de seguida desviar o olhar para não ser "agressivo" com esse desconhecido, não criando conflitos.